quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Por uma visão mais ampla do tratamento da depressão.


Este ano completamos 50 anos desde a proposição da Teoria das Monoaminas para a Depressão, aquela que correlacionou o estado depressivo de um paciente com a diminuição das quantidades de serotonina e/ou noradrenalina cerebrais.  Desde então,  o tratamento medicamentoso da depressão busca, na maioria das vezes, o aumento das concentrações de um ou ambos os neurotransmissores.   

Por outro lado, é preciso lembrar que os antidepressivos não são pílulas mágicas capazes de construir a felicidade, tampouco são os únicos responsáveis por retirar alguém de um estado de humor deprimido. 

Digo isso porque fatores como alimentação, exercício físico e terapia cognitivo comportamental são tão eficazes quanto os próprios antidepressivos para casos de depressão leve a moderada e também devem ser encarados como parte do tratamento naqueles pacientes onde a gravidade aumenta. 

Basta lembrar que serotonina e noradrenalina são sintetizados a partir de aminoácidos como o triptofano e a tirosina, respectivamente, e que estes precisam ser ingeridos a partir da dieta. Ou ainda  o papel das vitaminas e micronutrientes na bioquímica relacionada ao controle do humor.

E a liberação de endorfinas depois do exercício físico? Não há como negar que os benefícios da  prática de atividade física estendem-se também à saúde mental. Assim, antes que a apatia tome conta do paciente, este precisa olhar para o exercício físico como um importante aliado na luta contra a depressão. 

Assim como deve entender a causa de seus problemas e, para isto, a terapia é uma grande aliada. Embora não seja minha área de estudo, é clara a influência do ambiente em muitos casos de depressão e há diversos trabalhos descrevendo o papel fundamental da terapia no tratamento.

Por fim, todo paciente com depressão precisa ser informado que sua doença é multifatorial e que a abordagem mais ampla será extremamente positiva, o fará melhorar mais rápido e sofrer menos com os efeitos colaterais dos medicamentos.




P.S.: Inseri uma enquete ali do lado para saber qual dos assuntos podemos aprofundar na semana que vem: Depressão e Alimentos; Depressão e Exercícios Físicos; Depressão e Medicamentos; Ficarei honrado com sua participação!




quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Serviços Farmacêuticos e Geração de Valor


Em homenagem ao dia do Farmacêutico, gravei um vídeo relatando alguns trabalhos que mostram recursos financeiros gerados com os serviços farmacêuticos.




sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Maconha, canabidiol e outros derivados.


Ainda feliz com a mudança de posicionamento da ANVISA com relação ao Canabidiol (CBD), o qual deixou de ser proibido para figurar dentro do grupo das substâncias controladas, gostaria de salientar que existem uma série de outras patologias, além das crises convulsivas, que poderiam ser tratadas com as diferentes substâncias químicas encontradas na planta conhecida popularmente como Maconha.

Este texto não tem o objetivo de discutir a legalização do ato de fumar maconha de maneira recreacional, mas sim, de argumentar que diferentes patologias poderiam ser melhor tratadas caso os diferentes derivados da Cannabis sativa fossem tratados pelas agências reguladoras com maior flexibilidade. 

Dor crônica, esclerose múltipla, estresse pós-traumático, sintomas do tratamento medicamentoso da AIDS e Câncer, são alguns exemplos de patologias cuja literatura mundial disponibiliza uma infinidade de artigos demonstrando efeitos benéficos de diferentes derivados da Cannabis. Por outro lado, os pacientes portadores de cada uma destas doenças continuam sofrendo com as limitações dos tratamentos atuais.

Assim, mais do que descriminalizar  ou não a maconha, os esforços iniciais poderiam concentrar-se em estimular o uso terapêutico dos seus derivados, como o que passou a acontecer como o CBD neste início de 2015. 



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

No futuro: MEDICAMENTO DIGITAL


Pense em uma pessoa de 80 anos que utiliza pelo menos 15 medicamentos diferentes todos os dias. Assim como este Senhor ou Senhora,  existem milhões de idosos no mundo que diariamente precisam lembrar se tomaram ou não seus medicamentos. Para eles, seus familiares e profissionais da saúde que os acompanham, o ato de ingerir o tratamento significa a possibilidade manter tanto o sucesso da terapia quanto a qualidade de vida.  

Dentre as diferentes estratégias  utilizadas para estimular a adesão ao tratamento, uma das mais inovadoras é aquela proposta pela empresa americana Proteus Digital Health. Seus pesquisadores desenvolveram um sensor  tão pequeno, que quanto incorporado aos comprimidos tradicionais, não interfere no seu tamanho original. Este sensor é ativado pelo conteúdo ácido do estômago e envia informações a um adesivo parecido com um "band-aid" colado na pele do paciente. 

As informações como: ingestão ou não do medicamento; temperatura corporal; freqüência cardíaca; posição do paciente e perfil de atividade/repouso, podem ser monitoradas via aplicativo de celular tanto pelos parentes quanto pelos profissionais da saúde que o usuário. Não há duvida que os próximos anos serão de colheita de todo o conhecimento acumulado nas últimos décadas e, aparelhos inovadores como este, são alguns exemplos disto.